sexta-feira, 10 de março de 2017

contrate a contação de histórias indígenas de Auritha tabajara

                                                           Titulo
Conhecimento tradicionais indígenas, conscientização para o futuro da humanidade.

                                                          Publico alvo
Destina-se ao corpo docente de escolas de 1º graus, interessados no tema.

                                                          Objetivo geral
Apresentar os conhecimentos tradicionais indígenas, valores culturais para a sensibilização do educador e na formação do educando, na reestruturação e fortalecimento da mente, do corpo e do caráter humanos.

Para conhecer o projeto:

Email: aurileneescritora@hotmail.com 

segunda-feira, 6 de março de 2017

Mulher

Sou mulher que ainda chora
Por tão grande escuridão
Minha essência está aqui
Dentro do meu coração
De um Brasil ensanguentado
Onde ninguém é culpado
 Mulher da mesma nação!


Um dia eu fui flechada
por muito tempo habitei
passeando nas cascatas
como menina chorei
Fui vitima dos traiçoeiros
Que diziam ser guerreiro
Mas mulher continuei.


No silencio visito sempre
Meu mundo espiritual
Buscando para o meu povo
Sabedoria ancestral
A flechada disfarçando
Com meu maracá dançando
Em volta de um ritual.


Auritha 06/03/2027 são paulo



mamõ nhadê ho guareém pa? Onde vamos parar?


Branco ensina português
E esquece de aprender
Quais são os nossos direitos
Que não é só saber ler.
Polui a mãe natureza
Destroi a nossa riqueza
Envez dela proteger.

Vivo na cidade grande
Para ver como é que é
Os brancos vive correndo
Inda falando de fé
Tenho fé que vou conseguir
Não é fácil viver aqui
Inda mas sendo mulher.

Tem que ser branco pra tudo
Vezes até estrangeiro
Ter um padrão de beleza
Tudo aqui é passageiro
Vou voltar pra minha terra
É melhor viver na serra
Onde tudo é mais brasileiro.

Povo preconceituoso
Inda mas com nordestino
Dizendo que somos burro
Que nós tem pouco ensino
Na mão de um tabajara
Maracá é coisa rara
Do lado de um granfino.

Auritha. 06/03/2017 sao Paulo

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Auritha contanto história indigena

Sou Auriha tabajara
e vim lá do ceará
com raiz de povo forte
com orgulho venho do norte
minha história irei contar.

Foi no ventre de mamãe
que eu aprendi a ler
escutando as cantigas
que era pra mode aprender
para quando eu nascesse
minha raiz não esquecer.


Hoje me sinto estudada
só não pude ser doutor
honro minha ancestralidade
aprendi com meu avô
história é ensinamento
tradição é crescimento
para quem quer ser professor.

Auritha Tabajara

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Para sempre nordestina

Fiz um poema quentinho
Publiquei logo cedinho
Com saudades do Ceará.
Um jeitinho diferente
De falar pra toda gente
O modo de decifrá.

O valor do meu nordeste
Águas claras azul celeste
Onde eu podia brincar.
Na aldeia a criançada
Pode ficar na calçada
Uma forma de educar.

Meu nordeste tem riqueza
Além de tanta beleza
A poesia improvisada.
Meu Ceará tem cultura
Tem tradição tem bravura
Tem dança pra garotada.

Tem toré pra festejar
Na aldeia com maracá
Pra nos trazer alegria.
Um povo muito animado
Com tabajara do lado
Tristeza la não se cria.

Tem festa do que plantou
Em tradição e sabor
Carne de sol com pirão.
Rapadura com farinha
Baião de dois com galinha
E as frutas da região.

Saudade dentro do peito
È algo que não tem jeito
Mas não priva de aprender.
Serei sempre nordestina
Onde for a vida ensina
Só cresce mais o saber.

Nosso Deus da criação
Nos criou com inspiração
Sem guerra sem preconceito.
O homem quer ser esperto
Acha que em tudo ta certo
Destruindo o que é mais perfeito.
Auritha 12/12/2016

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Um tristonho passarinho

Sou um simples passarinho
Vivo somente a chorar
Meus amigos da floresta
Sofrem também sem parar
Procuro nas noites meu ninho
Não alegro mas o vizinho
Nas madrugadas a cantar.

O homem que tanto amo
Minha asinha quebrou
Com o preto da fumaça
Meu pulmãozinho queimou
Meu biquinho está sem força
Ja não Beijo mas a moça
Que para mim sempre olhou.

Meu penacho ja não brilha
O sol esquentou de mais
Minha semente não nasce
No mundo vejo sinais
A terra se desmanchando
Os animais se acabando
E o homem não volta atrás.

Nos rios não vejo mais
Água limpa pra beber
Lixão no meio da rua
Que toda hora se vê
Eu para me refrescar
Vôo sobre o azul do mar
Pro calor não me vencer.

Sem floresta eu não vivo
Eu não vivo com dinheiro
Não vivo em ar poluído
Nem preso em alpisteiro
Nasci livre para voar
Para o mundo multiplicar
Não viver em sujo aguaceiro.

Quero dizer pras crianças
Que nunca maltrate não
Um passarinho coitado
Que não pode tomar decisão
Sou somente um passarinho
Que quero ter o meu ninho
Nas noites de chuva e trovão.
   Autora: Aurilene tabajara

terça-feira, 11 de outubro de 2016

História do povo tabajara

Sou do povo tabajara
Minha vó que me falou
Mais me pediu segredo
E as razões me mostrou
Ela com sábio olhar
Me fazendo acreditar
Sabiamente me contou.

Há muitos anos atrás
Houve aqui no Ceará
Uma tal de assembléia
Para o povo declarar
Que nós não mais existia
Pra sobreviver mentia
E a semente poder brotar

Das terras tomaram posse
Nosso povo foi massacrado
Perseguiram nossa cultura
Fomos desacreditado
Os lábios dela tremia
Dos olhos dela caia
Lágrimas cor do serrado.

Só mais tarde os pajes
Começaram se reunir
com ajuda dos ancestrais
Para poder resistir
Cantavam juntos na mata
Com barulho da cascata
E então poder assumir.

Ceará tem nove Estados
Cada qual com seu costume
Divisão em diversos povos
Que hoje em dia se assume
E vem se organizando
Seu espaço conquistando
Das ervas sendo perfume.

Cresci ouvindo as histórias
Mas não podia falar
Que era uma tabajara
Meu espírito quis voar
Traçando novos caminhos
Ninguém faz nada sozinho
Minha história quis pesquisar.

Junto ao povo kalabaça
Lá da mesma região
Território cearense
Povo da mesma nação
De uma própria identidade
Para a mesma sociedade
Frutos do mesmo torrão.

Etnias do Ceará
Jenipapo kanide
Tapeba e gavião
Potiguara e tremembé
Tabajara e  kariri
Tubiba e pitaguary
Tupinambá e anacé.

Nossa história foi contada
Por gente de grande cidade
Para a nós mesmo ensinar
Sem saber da realidade
Por isso resolvi escrever
Na literatura desenvolver
E evoluir pra humanidade.

Foi quando em mim despertou
Começo a compreender
São fortes as tradições
Que em mim vejo nascer
Em espírito grande riqueza
Herdei da mãe natureza
Não posso deixar morrer.

Não falo na língua mãe
Pois ninguém vai entender
Falo com minha essência
De um povo que quer viver
Respeitado culturalmente
Ter nossa terra somente
Pra ela não mais sofrer.

Sou essência de um criador
De onde nasce inspiração
Curar com ervas da terra
Ou imposição de mãos
Para ouvir e aceitar
É preciso acreditar
Ser forte é nossa missão.

Não foi fácil guardar
No silêncio as tradições
Mantendo dentro de nós
Principalmente ancioes
Ancestralidade pura
Em prol da nossa cultura
Tabajara são campeões.

Choramos com a natureza
Nossa mãe foi destruída
Nossos irmãos acabados
Nossas águas poluída
Nosso ar ficou impuro
Respirar tanto munturo
Terra viver tão sofrida.

Quem tomou a nossa frente
Diz que somos atrasado
Hoje com a tecnologia
Diz que somos do passado
Brasil seria diferente
Se tivesse deixado a gente
Não teria tanto estrago.

Por isso meu desabafo
Já que aprendi a ler
Escrevo em português
Pois é mais fácil entender
Queria meu povo educar
E na língua alfabetizar
Ver nosso povo crescer.